Quem são os fashion early adopters? Há quem pense são as pessoas que querem usar tendências, ou que são as primeiras pessoas a usarem as tendências, ou ainda que são aquelas que querem saber primeiro quais são essas tendências. Quais são as coisas que todo mundo vai estar usando? Qual é o hit da próxima estação? Mas isso não seria apenas uma pessoa consumista? O fashion early adopter não é bem assim, ele não é essa pessoa das tendências e do consumo. Ele está interessado na inovação, mesmo.
Há formas muito inusitadas de colocar algo sobre o corpo. Não é aquilo que logo vai virar tendência no próximo mês. Às vezes é aquela peça que o micro designer fez que os fashion early adopters vão usar, vestir, experimentar, para daqui a três, quatro anos, virar uma tendência.
Mas nessa novidade, que é algo diferente, não só com questões de ergonomia, vestibilidade, estilo, visual, mas também de mentalidade, materiais, de tecnologias junto das roupas. Os early adopters estão procurando essa junção de coisas, a soma do design, como a tecnologia, como os materiais e principalmente os processos industriais, porque isso também tem a ver com o impacto socioambiental positivo dessas peças para o mundo. Pois, além de tudo, essas pessoas querem se vestir de uma maneira a reconhecer o impacto do seu consumo.
Devemos muito a eles, porque são graças a esses grupos de pessoas, em diferentes cenários, em diferentes condições e ambientes, que tornam o desenvolvimento da inovação possível. É o retorno, é a impressão dessas pessoas que fazem os designers serem inovadores. O retorno deles faz com que todo o pessoal que trabalha com tecnologia e inovação em materiais, ajustem as suas inovações para grande escala, para que isso se torne utilizável por diferentes pessoas, em diferentes ambientes, e que isso realmente traga um saldo positivo no final, não só para as pessoas e para a história da moda, mas também para o planeta, para o impacto no meio ambiente. A gente não pode continuar olhando para a Terra como uma fonte inesgotável de recursos, na verdade a gente deve retornar a ela os recursos, porque ela também precisa disso para sobreviver, não podemos permanecer tirando tudo, a gente tem que mantê-la, fazer o máximo para tentar devolver a ela o mínimo de equilíbrio possível, porque, infelizmente, nós já desequilibramos tudo, e a moda tem um papel muito grande nesse desequilíbrio.
Então, que cada vez mais tenhamos comunidades dessas pessoas que têm esse espírito de experimentar a inovação, porque a inovação não depende só de quem a desenvolve. A inovação depende muito de quem a usa, de quem a experimenta, de quem vai dizer se gostou, não gostou, e por quê? Porque, normalmente, é assim. O fashion early adopter, ele diz, ele sabe por que ele gostou ou não gostou. E ele contribui demais para o desenvolvimento da inovação e no nosso caso, inovação na indústria têxtil. Então, queridos fashion early adopters nos queremos que experimentem a nossa inovação e queremos muito saber a sua opinião, que é muito importante para nós.
Fabiana Muranaka e Giovanna Wangham